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Análise Semanal 01.dez.08

Leilões
O leilão de biodiesel que aconteceu no início da semana passada mostrou um setor de biodiesel mais maduro. As usinas venderam biodiesel, mas optaram por oferecer uma quantia não muito grande. A razão dessa cautela foi o preço do biodiesel estipulado pela ANP, bom para o momento, mas baixo para o período de entrega do biodiesel. As dúvidas sobre o preço interno da soja e do dólar nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro representa um risco muito grande em relação ao preço do leilão. A única empresa que ofertou sua plena capacidade de produção foi a ADM, uma multinacional com grande participação no agronegócio da soja brasileiro, portanto, com grande capacidade de originar sua matéria-prima, mesmo num período de entressafra.

Com esse preço apertado o setor começa a questionar a fórmula de cálculo usado pela agência. Além do lucro, as usinas esperam que esse preço contemple o retorno do investimento feito nas usinas. Como a fórmula de cálculo não é aberta, não é possível saber quais são os fatores e que peso cada um deles têm. Nem mesmo se o retorno do investimento está no cálculo ou não.

Com a venda de biodiesel garantida para o primeiro trimestre de 2009, o setor iniciará o próximo ano muito mais tranqüilo do que começou 2008. O preço do biodiesel poderia ser maior, mas é de longe melhor do que o valor pago no primeiro semestre deste ano. O biodiesel foi negociado ao redor de R$ 1,70 o litro, mais barato do que o óleo de soja na época, o que provocou grande desânimo para o início de 2008.

As perspectivas para 2009 são muito boas, apesar da crise econômica internacional. Como 100% da produção de biodiesel é voltada para o mercado interno e o consumo é obrigatório, o setor não deverá sofrer impactos da crise diretamente. Os problemas serão sentidos somente na questão de créditos e financiamentos.

Abril é o mês onde a colheita de soja praticamente termina no Brasil, portanto, é começo do período de maior oferta de óleo vegetal também. Este início de grande oferta de óleo poderá ser usado como argumento para a antecipação do B4 (ou B5), já que capacidade de produção já existe e novas usinas e ampliações estão em andamento.


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